domingo, 21 de abril de 2013

Explicar as razões da Política Neoliberal e seus reflexos no Brasil


O Neoliberalismo é um conjunto de ideologias políticas e econômicas capitalistas que defendem a não participação do estado na economia. Nos países subdesenvolvidos, a implantação desse modelo teve como manifestação as inúmeras privatizações que atingiram as empresas estatais.

No Brasil com o governo Collor, no início da década de 1990, os bens importados passaram a ter influência no mercado brasileiro, com a diminuição dos impostos de importação. A oferta de produtos consistiu em um aumento e os preços de algumas mercadorias sofreram uma deflação ou se mantiveram constantes. Os efeitos resultantes iniciais indicavam que o governo estava no percurso adequado, ao extinguir a inflação que havia atingido níveis elevados no final da década de 80 e início da década de 90, porém não prolongou. Ao mesmo tempo, o governo começou a efetivar investimentos externos no Brasil em decorrência a incentivos fiscais e privatização das empresas estatais. No entanto, estes incentivos chegaram tardiamente, dado o receio dos investidores provocado pelas incertezas e à instabilidade econômica do país naquele contexto. O processo vertiginoso e intenso de abertura econômica, no governo Fernando Henrique Cardoso, fez com que muitas indústrias não conseguissem a adaptação às novas regras de mercado, consequentemente as levando à falência ou a venda suas riquezas. Diversas multinacionais compraram essas empresas nacionais ou associaram-se a elas, a fim de expandir o mercado e seus agregados. Portanto, em uma década as multinacionais mais que dobraram sua atividade na economia brasileira.

No Brasil Podemos dizer que vigora quase uma política neoliberal, pois a falta de uma regulação eficiente, prevenir a formação de cartéis e monopólios, enfim combater a concentração de mercado.

Alunos:  Anne Ketllen; Ismael Rocha; Thales Filizola; Taisa Vanessa; Patrícia Barreto
 

 

O que representou as políticas iniciadas pelo presidente RONALD REAGAN nos EUA e MARGARETH THATCHER na INGLATERRA, ambos governantes na década de 1980


O Neoliberalismo vem sendo seguido a partir dos anos 80, nos países representantes dos modelos econômicos e políticos que combatem ao estado intervencionista.  Os pioneiros do modelo neoliberal são representados por Margareth Thatcher e Ronald Reagan em meados dos anos 1980, quando ocorreram cortes de investimentos sociais, e uma grande preocupação com o ordenamento de blocos econômicos com a finalidade de eliminar os gastos com a circulação de bens e capitais, contudo os setores de planejamento econômico norte-americano e inglês continuaram subordinados ao protecionismo. Logo, um combate com o modelo citado anteriormente é proporcional à contrapartida com sistema de exploração e dominação social presente no capitalismo.

Nos Estados Unidos com o governo de Ronald Reagan a prática neoliberal marcou o início de um novo sistema e permaneceu durante toda década de 1980. No Começo o monetarismo de Milton Friedman influenciou o sistema, porém gerou diversos problemas, posteriormente substituído pela não intervenção do estado no meio econômico. A principais medidas que foram implementadas no seu governo consistiam em um aumento do nível de juros, a redução dos impostos dos ricos, porém as mesmas não acataram com controle orçamentário, e o excessivo investimento de capital financeiro gasto em uma corrida armamentista sem precedentes com a União soviética, ocasionando aos Estados Unidos um elevado déficit público em todo o seu contexto histórico e a maior economia mundial se transformou em um devedor.

O governo democrático ocidental de Margaret Thatcher, conhecida como a Dama de Ferro da Grã-Bretanha, foi o primeiro exercer o neoliberalismo no mundo contemporâneo. No ano de 1979, Margaret Thatcher assumiu o cargo de primeira-ministra da Grã-Bretanha e manteve-se até o ano de 1990, seu sistema político destacou-se por estar a favor do liberalismo econômico.  Durante seu governo houve diversas privatizações a fim de servir como modelo aos países subdesenvolvidos, que necessitava de moeda para o pagamento de dívidas com Fundo Monetário Internacional. As principais características de seu governo foram: o intenso estímulo para o livre mercado, a difícil intervenção do seu governo sob a economia, a valorização do mercado, privatizações de empresas estatais - são empresas que o Estado intervem parcialmente ou total do capital social e redução de impostos para compra de imóveis e imposto de renda e aumento de impostos sobre os produtos de consumo. Consequentemente os países subdesenvolvidos tiveram que vender empresas com um custo decrescente.

As medidas econômicas intituladas por Thatcher sofreram com críticas por seus projetos apenas atenderam aos agregados econômicos. A produção industrial teve uma queda, gerando uma taxa de desemprego crescente, dados indicam que cerca de três milhões de pessoas ficaram desempregadas. Na sua gestão foi o injusto imposto regressivo, conhecido como poll tax, imposto esse que a população de baixa renda pagava a mais que as pessoas com poder aquisitivo mais elevado. Apesar de ter reativado a economia da Grã-Bretanha, Margaret Hilda Thatcher, foi responsável pela duplicação da pobreza no país e a desigualdade social cresceu cerca de 1/3.

Referências Bibliográficas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Margaret_Thatcher

http://pt.wikipedia.org/wiki/Neoliberalismo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo

http://f5dahistoria.wordpress.com/2010/12/01/o-neoliberalismo-o-que-e-e-qual-foi-sua-influencia-no-mundo-contemporaneo/

domingo, 4 de novembro de 2012


Historiador Eric Hobsbawm aponta algumas questões cruciais do século 21

Aos 92 anos, o historiador britânico Eric Hobsbawm continua um feroz crítico da prevalência do modelo político-econômico dos EUA. Para ele, o presidente americano Barack Obama, ao lidar com as consequências da crise econômica, desperdiçou a chance de construir maneiras mais eficazes de superá-la. Hobsbawm discute ainda questões globais contemporâneas --como as tentativas de criar Estados supranacionais, a xenofobia e o crescimento econômico chinês.

Pergunta - "Era dos Extremos" termina em 1991, com um panorama de avalanche global --o colapso das esperanças de avanços sociais globais da era de ouro [segundo Hobsbawm, 1949-73]. Quais são as mudanças mais importantes desde então na história mundial?
Eric Hobsbawm - Vejo quatro mudanças principais. Primeiro, o deslocamento do centro econômico do mundo do Atlântico Norte para o sul e o leste da Ásia. Isso já estava começando no Japão nas décadas de 1970 e 80, mas a ascensão da China desde os anos 1990 vem fazendo uma diferença real.
Em segundo lugar, é claro, a crise mundial do capitalismo, que vínhamos prevendo, mas que, mesmo assim, levou muito tempo para ocorrer. Em terceiro, a derrota retumbante da tentativa dos EUA de exercer a hegemonia global solo a partir de 2001 --e essa tentativa vem fracassando de modo muito visível.
Em quarto lugar, a emergência de um novo bloco de países em desenvolvimento, como entidade política --os Brics [Brasil, Rússia, Índia e China]--, não tinha acontecido quando escrevi "Era dos Extremos". 
Pergunta - O que mais o surpreendeu desde então?
Hobsbawm - Nunca deixo de me espantar com a pura e simples insensatez do projeto neoconservador, que não apenas fez de conta que a América fosse o futuro, mas chegou a pensar que tivesse formulado uma estratégia e uma tática para alcançar esse objetivo. Pelo que consigo enxergar, eles não tinham uma estratégia coerente, em termos racionais.
Pergunta - O senhor. visualiza qualquer recomposição política do que foi no passado a classe trabalhadora?
Hobsbawm - Não em sua forma tradicional. Marx [1818-83] acertou, sem dúvida, quando previu a formação de grandes partidos de classe em determinado estágio da industrialização. Mas esses partidos, quando foram bem-sucedidos, não operaram puramente como partidos da classe trabalhadora. Houve três outras mudanças negativas importantes. Uma delas, é claro, é a xenofobia --que, para a maior parte da classe trabalhadora é, nas palavras usadas certa vez por [August] Bebel, "o socialismo dos tolos": proteja meu emprego contra pessoas que estão competindo comigo.
Em segundo lugar, boa parte da mão de obra e do trabalho nos setores que a administração pública britânica qualificava no passado como "graus menores e manipulativos" não é permanente, mas temporária: são estudantes e migrantes trabalhando com catering [fornecimento de refeições para linhas aéreas, gastronomia hospitalar e cozinhas de navios], por exemplo. Assim, não é fácil enxergá-la como tendo potencial de ser organizada.
A única parte facilmente organizável desse tipo de mão de obra é a que é empregada por autoridades públicas, e isso devido ao fato de essas autoridades serem politicamente vulneráveis.
A terceira e mais importante mudança é, a meu ver, a divisão crescente gerada por um novo critério de classe: a saber, a aprovação em exames de escolas e universidades como critério de acesso a empregos. Pode-se dizer que se trata de uma meritocracia, mas ela é medida, institucionalizada e mediada por sistemas de ensino.

Pergunta - Que comparações o senhor. traçaria entre a crise atual e a Grande Depressão?
Hobsbawm -[A crise de] 1929 não começou com os bancos --eles só caíram dois anos mais tarde. O que aconteceu, na verdade, foi que a Bolsa de Valores [de Nova York] desencadeou uma queda na produção, com um índice muito mais alto de desemprego e um declínio real muito maior na produção do que havia ocorrido em qualquer momento até então.
A depressão atual levou mais tempo sendo preparada que a de 1929, que pegou quase todos de surpresa. Deveria ter sido claro desde cedo que o fundamentalismo neoliberal gerou uma instabilidade enorme nas operações do capitalismo. Até 2008, isso pareceu afetar apenas as áreas periféricas --a América Latina nos anos 1990 e no início da década de 2000, o Sudeste Asiático e a Rússia.
Pergunta - E o que dizer das consequências políticas?
Hobsbawm - A Depressão de 1929 levou a um desvio avassalador para a direita, com a exceção notável da América do Norte, incluindo o México, e da Escandinávia. Na França, a Frente Popular teve apenas 0,5% mais votos em 1936 do que tinha em 1932, de modo que sua vitória assinalou uma mudança na composição das alianças políticas, e não alguma coisa mais profunda. Na Espanha, apesar da situação quase ou potencialmente revolucionária, o efeito imediato e, de fato, também o efeito de longo prazo foi um desvio para a direita.
Na maioria dos outros países, especialmente na Europa central e do leste, a política se desviou para a direita de modo muito acentuado.
O efeito da crise atual não é tão nítido. Podemos imaginar que grandes mudanças políticas devem ocorrer não apenas nos EUA ou no Ocidente, mas quase certamente na China. Mas podemos apenas especular sobre quais serão essas mudanças.
Pergunta - O senhor. antevê que a China continue a resistir ao declínio?
Hobsbawm - Não há nenhuma razão em especial para prever que a China pare de crescer de uma hora para outra. A depressão causou um choque grave ao governo chinês, na medida em que paralisou muitas indústrias, temporariamente. Mas o país ainda se encontra nos estágios iniciais do desenvolvimento econômico, e há espaço enorme para expansão.
Pergunta - Que avaliação o senhor. faz da administração [do presidente dos EUA, Barack] Obama?
Hobsbawm - As pessoas ficaram tão satisfeitas com a eleição de um homem como ele, especialmente em um momento de crise, que pensaram que certamente seria um grande reformador, que faria o que Roosevelt [presidente dos EUA, 1933-45, responsável pelo New Deal, série de programas econômicos e sociais contra a Grande Depressão] fez.
Mas Obama não o fez. Ele começou mal. Se compararmos os primeiros cem dias de Roosevelt com os primeiros cem dias de Obama, o que salta à vista é a disposição de Roosevelt em aceitar assessores não oficiais, em experimentar algo novo, comparada à insistência de Obama em se conservar no centro. Acho que ele desperdiçou sua chance.
Podemos desejar sucesso a Obama, mas acho que as perspectivas não são tremendamente encorajadoras.
Pergunta - Existem lugares do mundo nos quais o senhor. acha que projetos positivos e progressistas ainda estejam vivos ou tenham chances de ser reativados?
Hobsbawm - Na América Latina, com certeza, a política e o discurso público geral ainda são conduzidos nos velhos termos do iluminismo --liberais, socialistas, comunistas. Esses são os lugares onde se encontram militaristas que falam como socialistas --que são socialistas. Encontram-se fenômenos como [o presidente] Lula, baseado em um movimento da classe trabalhadora, e [o presidente boliviano Evo] Morales. Acho que a América Latina se beneficiou da ausência de nacionalismo étnico-linguístico e de divisões religiosas, e isso fez com que fosse muito mais fácil conservar o discurso antigo. Sempre chamou minha atenção o fato de que, até muito recentemente, não se viam sinais de política étnica. Esta apareceu entre movimentos indígenas no México e no Peru, mas não em escala remotamente comparável ao que se viu na Europa, na Ásia ou na África.
Pergunta - Se o senhor. tivesse que escolher tópicos ou campos ainda inexplorados e que representam desafios importantes para historiadores futuros, quais seriam?
Hobsbawm - O grande problema é um problema muito geral. Segundo padrões paleontológicos, a espécie humana transformou sua existência com velocidade espantosa, mas o ritmo das transformações tem variado tremendamente. Isso claramente indica um controle crescente sobre a natureza, mas não devemos imaginar que sabemos para onde isso nos está conduzindo.
Os marxistas focaram, com razão, as transformações no modo de produção e em suas relações sociais como sendo geradoras de transformações históricas.
Contudo, se pensarmos em termos de como "os homens fazem sua própria história", a grande questão é a seguinte: historicamente, comunidades e sistemas sociais buscaram a estabilização e a reprodução, criando mecanismos para prevenir-se contra saltos perturbadores no desconhecido. A resistência à imposição de transformações de fora para dentro ainda é um fator preponderante na política mundial, hoje. Como, então, humanos e sociedades estruturados para resistir a transformações dinâmicas se adaptam a um modo de produção cuja essência é o desenvolvimento dinâmico interminável e imprevisível?
  Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/720155-historiador-eric-hobsbawm-aponta-questoes-cruciais-do-seculo-21.shtml





Para Hobsbawm, protagonismo da classe média marca revoltas de 2011

Um dos maiores historiadores em atividade, Eric Hobsbawm, diz que o ano de 2011 foi marcado por grandes revoltas populares e ocupações por parte da classe média.



Para historiador, classe operária perdeu seu papel histórico

O historiador marxista nascido no Egito, mas radicado na Grã-Bretanha, afirma à BBC que a classe operária e a esquerda tradicionalestiveram à margem das grandes mobilizações populares que ocorreram ao longo deste ano.
Fazendo referência especial à Primavera Árabe, um movimento que despertou seu fascínio, ele diz: ''As mais eficazes mobilizações populares são aquelas que começam a partir da nova classe média modernizada e, particularmente, a partir de um enorme corpo estudantil. Elas são mais eficazes em países em que, demograficamente, jovens homens e mulheres constituem uma parcela da população maior do que a que constituem na Europa''
No seu livro “Como Mudar o Mundo” Hobsbawm reflete sua contínua paixão pela política e pelos ideais de transformação social que defendeu ao longo de toda a vida e afirma, ''Foi uma alegria imensa descobrir que, mais uma vez, é possível que pessoas possam ir às ruas e protestar, derrubar governos''
As ausências da esquerda tradicional e da classe operária nesses movimentos, segundo ele, se devem a fatores históricos inevitáveis.
Hobsbawm comenta que as diversas ocupações realizadas em diferentes cidades do mundo ao longo de 2011 não são movimentos de massa no sentido clássico.
''As ocupações na maior parte dos casos não foram protestos de massa, não foram os 99% (como os líderes dos movimentos de ocupação se autodenominam), mas foram os famosos 'exércitos postiços', formados por estudantes e integrantes da contracultura. Por vezes, eles encontraram ecos na opinião pública. “Em se tratando das ocupações anti-Wall Street e anticapitalistas foi claramente esse o caso.”
Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/12/111223_hobbsbawm_2011_classe_media_bg.shtml




Hobsbawm: a Era das Incertezas


O historiador Eric Hobsbawm deu entrevista exclusiva à Revista Sem Terra, e apresentou ao leitor sua avaliação as origens, efeitos e desdobramentos da crise mundial. Desde que sua magnitude se fez sentir com seus capítulos ambiental, climático, energético, alimentar e por fim, econômico, acadêmicos, sociólogos, economistas, políticos e lideranças sociais procuram entender e explicar suas causas, e analisar e prever suas consequências. Muitos têm buscado respostas e soluções apenas no próprio universo econômico. Outros concluíram que vivemos uma crise civilizatória, e que o capitalismo implodiu por seus próprios desmandos. Mas ninguém parece ter respostas definitivas sobre o que nos prepara o futuro. Assim também Hobsbawm, o maior historiador marxista da atualidade.
Nesta entrevista, concedida por e-mail de Paris, Hobsbawm apresenta suas opiniões como contribuição ao debate. De certezas, apenas a de que, se a humanidade não mudar os rumos da sua convivência mútua e com o planeta, o futuro nos preserva maus agouros. Cético e ao mesmo tempo esperançoso, não acredita que uma nova ordem mundial surgirá das cinzas do pós-crise, mas acha que ainda existem forças capazes de propor novas formas de organização e cultura políticas e sociais, como o MST.
Revista Sem Terra - O planeta vive hoje uma crise que abalou as estruturas do capitalismo mundial, atinge indiscriminadamente atores em nada responsáveis pela sua eclosão, e que talvez seja um dos mais importantes “feitos” da moderna globalização. Na sua avaliação, quais foram os fatores e mecanismos que levaram a esta situação?
Eric Hobsbawm – Nos últimos quarenta anos, a globalização, viabilizados pela extraordinária revolução nos transportes e, sobretudo, nas comunicações, estiveramcombinados com a hegemonia de políticas de Estado neoliberais, favorecendo um mercado global irrestrito para o capital em busca de lucros. No setor financeiro, isto ocorreu de forma absoluta, o que explica porque a crise do desenvolvimento capitalista ocorreu ali. Apesardo fato de que o capitalismo sempre — e por natureza — opera por meio de uma sucessão de expansões geradoras de crises, isto criou uma crise maior e potencialmente ameaçadora para o sistema, comparável à Grande Depressão que se seguiu a 1929, mesmo que seja cedo para avaliarmos todo o seu impacto. Um problema maior tem sido que a tendência de declínio das margens de lucro, típico do capitalismo, tem sido particularmente dramática porque os operadores financeiros, acostumados a enormes ganhos com investimentos especulativos em épocas de crescimento econômico, têm buscado mantê-los a níveis insustentáveis, atirando-se em investimentos inseguros e de alto risco, a exemplo dos financiamentos imobiliários suprime” nos EUA. Uma enorme dívida, pelo menos quarenta vezes maior do que a sua base econômica atual foi assim criada, e o destino disso era mesmo o colapso.
Revista Sem Terra - Como resposta à crise econômica governos e instituições financeiras está concentrado em salvar os sistemas bancário e financeiro, opção que tem sido considerada uma tentativa de cura do próprio vetor causador do mal. No que deve resultar este movimento?
Eric Hobsbawm – Um sistema de crédito operante é essencial para qualquer país desenvolvido, e a crise atual demonstra que isso não é possível se o sistema bancário deixa de funcionar. Nesse sentido, as medidas nacionais para restaurá-lo são necessárias. Mas o que é preciso também é uma reestruturação do Estado, por exemplo, através das nacionalizações, a “desfinanceirização” do sistema e a restauração de uma relação realista entre ativos e passivos econômicos. Isso não pode ser feito simplesmente combinando vastos subsídios para os bancos com uma regulação futura mais restrita. De toda forma, a depressão econômica não pode ser resolvida apenas via restauração do crédito. São essenciais medidas concretas para gerar emprego e renda para a população, de quem depende, em última instância, a prosperidade da economia global.
Revista Sem Terra – O capitalismo tem adquirido, cada vez mais, uma força hegemônica na agricultura com o crescimento do agronegócio. Muitos defendem que a Reforma Agrária não cabe mais na agenda mundial. Como vê este debate e a luta pela terra de movimentos sociais como o MST e a Via Campesina?
Eric Hobsbawm – A produção agrícola necessária para alimentar os seis bilhões de seres humanos do planeta pode ser fornecida por uma pequena fração da população mundial, se comparamos com o que era no passado. Isso levou tanto a um declínio dramático das populações rurais desde 1950, quanto a uma vasta migração do campo para as cidades. Também levou a um crescente domínio da agricultura por parte não tanto do grande agronegócio, mas principalmente de empreendimentos capitalistas que hoje controlam o mercado desta produção. Da mesma forma, têm aumentado os conflitos entre agricultores e iniciativas empresariais na disputa pela terra para propósitos não agrícolas (indústrias, mineração, especulação imobiliária, transporte etc.), bem como pela sua posse e pela exploração dos recursos naturais. A Reforma Agrária sem duvida não é mais tão importante para a política como foi há 40 anos, pelo menosna América Latina, mas claramente permanece uma questão central em muitos outros países. Em minha opinião, a crise atual reforça a importância da luta de movimentos como o MST, que é mais social do que econômica. Em tempos de vacas gordas é muito mais fácil ganhar a vida na cidade. Em tempos de depressão, a terra, a propriedade familiar e a comunidade garantem a segurança social e a solidariedade que o capitalismo neoliberal de mercado tão claramente nega aos migrantes rurais desempregados.
Revista Sem Terra - O senhor, que estudou com profundidade a história do mundo e as relações humanas nos últimos séculos, o que espera do futuro?
Eric Hobsbawm – Se a crise ambiental global não for controlada, e o crescimento populacional estabilizado, as perspectivas são sombrias. Mesmo se os efeitos das mudanças climáticas possam ser estabilizados, produzirão enormes problemas que já são sentidos, como a crescente competição por recursos hídricos, a desertificação nas zonas tropicais e subtropicais, e a necessidade de projetos caros de controle de inundações em regiões costeiras. Também mudarão o equilíbrio internacional em favor do hemisfério Norte, que tem largas extensões de terras árticas e subárticas passíveis de serem cultivadas e industrializadas. Do ponto de vista econômico, o centro de gravidade do mundo continuará a se mover do Oeste (América do Norte e Europa) para o Sul e o Leste asiático, mas o acúmulo de riquezas ainda possibilitará às populações das velhas regiões capitalistas um padrão de vida muito superior às dos emergentes gigantes asiáticos. A atual crise econômica global vai terminar, mas tenho dúvidas se terminará em termos sustentáveis para além de algumas décadas. Politicamente, o mundo vive uma transição desde o fim da Guerra Fria. Tornou-se mais instável e perigoso, especialmente na região entre Marrocos e Índia. Um novo equilíbrio internacional entre as potências — os EUA, China, a União Europeia, Índia e Brasil — Em resumo ocorrerá, o que poderá garantir um período de relativa estabilidade econômica e política, mas isto não é para já. O que não pode ser previsto é a natureza social e política dos regimes que emergirão depois da crise. Aqui as experiências do passado não podem ser aplicadas. O historiador pode falar apenas das circunstâncias herdadas do passado. Como diz Karl Marx: a humanidade faz a sua própria história. Como a fará e com que resultados, muitas vezes inesperados, são questões que ultrapassam o poder de previsão do historiador. 
Fonte:http://www.cebela.org.br/site/baCMS/files/407202ESP1%20Entrevista%20com%20Hobsbawm.pdf


sexta-feira, 12 de outubro de 2012



Atividade prática sobre a curva de demanda


Produto: Fone de ouvido sem fio


I - A escolha do produto e os fatores determinantes da demanda

O produto selecionado para a comercialização na sala de aula foi um fone de ouvido sem fio, da empresa Motorola especializada em eletrônica e em telecomunicação. A escolha do produto foi por meio de uma pesquisa, elaborada com a finalidade de oferecer conforto, segurança e modernidade para as pessoas que gostam de ouvir música.

II – O surgimento dos fones de ouvido

Os fones de ouvido surgiram em 1919, inicialmente usados nas rádios principalmente como amplificadores de telefone. Os primeiros fones eram grandes, pesados, limitados à audição apenas de LP’s e utilizados por pilotos. Com tempo e avanços tecnológicos os fones de ouvido passaram por modificações, até que por volta da década de 1930 a Beyerdynamic inventou oficialmente e o produto foi comercializado. No entanto, o grande músico de Jazz e audiófilo John C. Koss inventou o primeiro fone de ouvido estéreo, em 1958. Em seguida veio à invenção do Walkman, naquela época, havia uma indústria crescente pronta para providenciar materiais para os tais Walkmans, como os fones de ouvido. Esses acessórios se tornaram companhia inseparável, tanto para músicos profissionais quanto para amantes da boa música. A última geração de eletroeletrônicos é em grande parte compatível com fones de ouvido, sejam eles celulares, TV’s, computadores, home theaters, CD players, etc. Os cabos não estão presentes em todos os fones de ouvido existentes hoje no mercado. Há ainda os fones de ouvido sem fio, ou wireless, também conhecidos como fones de ouvidos Bluetooth.
Fonte: http://somdeverdade.wordpress.com/2010/03/10/a-historia-dos-fones-de-ouvido/


John C. Koss sonhava em ouvir musica sem perturbar as pessoas.
Fonte: http://fonesecia.blogspot.com.br/2011/11/historia-do-fone-de-ouvido.htm

III - O mercado do produto

No dias atuais o fone de ouvido sem fio é melhor maneira de quem quer escapar do barulho, assistir televisão, ver um filme e principalmente curtir uma boa música. Nas áreas profissionais os mesmos são bastante utilizados em edições de vídeo e som. Existe ainda os headsets, acessórios que combinam funcionalidades de microfone e telefone.
No mercado os mais simples custam o equivalente a R$ 49,90 e os com mais funcionalidades estam em média de R$ 189,00. Os fones de ouvido correspondem a área de informática, que fazem parte do setor do eletroeletrônico o qual está muito ligado aos rumos da economia brasileira.
Tradicionalmente, para cada ponto percentual de crescimento do PIB, o mercado eletroeletrônico cresce dois. Com o ritmo e profundidade da desaceleração da nossa economia, assim como as mudanças no quadro internacional, o crescimento do PIB deve restringir-se a apenas cerca de 3% em 2011.

Projeções por Área:
Fonte: http://www.abinee.org.br/noticias/com01.htm

IV - A dinâmica da curva da demanda na sala de aula

          No dia 2 de abril de 2012, às 09h10min, na Universidade Federal do Amazonas, durante a aula de Introdução à Economia: Microeconomia, na presença da docente Rosana Zau Mafra, os integrantes da equipe 2 do primeiro período de Ciências Econômicas, iniciaram a exposição do produto, para a construção de uma tabela e de um gráfico posterior a venda. 

Apresentação na sala de aula
 


 

Na apresentação o grupo estava dividido de acordo com as seguintes funções: contagem da quantidade demandada; construção da tabela com preço e quantidade no quadro branco; construção da tabela com preço e quantidade em uma folha de papel avulsa; exposição do produto e a construção de um gráfico da curva da demanda.
No primeiro momento dois alunos da equipe divulgaram as características do produto a fim de convencerem os consumidores. Posteriormente, foi estipulado o primeiro valor de venda para determinada quantidade e com o passar do tempo os valores decresciam e a quantidade demandada aumentava, conforme ilustra a tabela 1 e o gráfico 1.

Tabela 1

Escala da demanda do fone de ouvido sem fio na sala de aula

Gráfico 1

Curva da demanda do fone de ouvido sem fio na sala de aula

Ao final da atividade, a folha avulsa com as informações coletadas foi entregue a professora. Esta prática possibilitou o entendimento da lei geral da demanda.

Créditos: Alunos do 1º período de Economia da UFAM
  • Anne Ketllen
  • Taisa Vanessa
  • Patrícia Barreto       
  • Marcio Maldini
  • Ismael Rocha 

domingo, 23 de setembro de 2012


Japão aposta investimentos tecnológicos no Amazonas


O embaixador do Japão, Akiro Miwa, reuniu-se com o governador do Amazonas, Omar Aziz, na manhã desta quinta-feira, 13 de setembro, para tratar de futuros investimentos no Estado como a criação de um centro de tecnologia no Projeto Cidade Universitária a ser construído no município de Iranduba. Fonte: http://www.d24am.com/multimidia/videos/noticias/economia/japao-aposta-investimentos-tecnologicos-no-amazonas/68586